sábado, 8 de janeiro de 2011

A "História" é sempre a VERSÃO dos vencedores, ou a dos controladores das mídias de sua época: os casos de Cleópatra e Julio César =>O porque de ser necessário tornar-se um leitor consciente e crítico das informações recebidas de qq mídia.

Quem foi Cleópatra?

E Julio César? Um herói de Roma, um “populista”, o  algoz da República Romana – através do que hoje seria chamado Golpe Militar? Ou a combinação de todos estes papéis?

E Brutus (“Até tu Brutus?”) ? Um assassino cruel do imperador? Um defensor da República Romana?

Dependendo do que filme que assistirmos, do livro que lermos, cada um assumirá papel de herói ou vilão.

Eis o porque de ser necessário tornar-se um leitor consciente e crítico das informações recebidas de qualquer mídia.



04/01/2011 - 17h14
"As Memórias de Cleópatra" narra queda da rainha e plano de suicídio
colaboração para a Livraria da Folha





Para não ser exibida como prisioneira pelas ruas de Roma, a rainha do Egito decide morrer. Mas antes, termina a última página de seus pergaminhos, onde narra toda a sua vida, inclusive seus amores. Em "As Memórias de Cleópatra - o beijo da serpente" (Geração Editorial), a bela Faraó já sabe que o marido Marco Antônio está morto e que está perdida a guerra para o inimigo Otávio. Nada mais resta, então, que o bote certeiro da serpente sagrada do Egito. Mas como montar seu suicídio com honra e pompa sem que o inimigo a impeça?
No terceiro livro da trilogia escrita por Margaret George, acompanhamos uma Cleópatra que faz jus não só à lenda de grande beleza, mas também de mulher inteligente, cheia de planos, estratégias e ardis. Até o final, a rainha luta com todos os seus truques.
Mas, com Marco Antônio morto e o inimigo já à porta de casa, ela quer o derradeiro triunfo - "preciso saber que controlo meu próprio destino", ela disse. No mausoléu, ela faz suas despedidas ao mundo. "Pego a serpente na mão (...) Sua língua dardeja. Parece bastante dócil".
Na primeira pessoa, é a soberana quem nos conta a história. Em "A Filha de Ísis", ela narra sua vida desde a infância até o assassinato de Júlio César, em Roma. No segundo volume, "Sob o Signo de Afrodite", Cleópatra, no auge de sua beleza e poder, descreve seu romance com o general romano Marco Antônio. Juntos, eles sonham com um novo império, ligando o Ocidente e o Oriente. Nesse último volume, fecha-se a história da última rainha da dinastia de Ptolomeu, quando o Egito, conquistado, passa a integrar o Império Romano.
O editor avisa: os três livros podem ser lidos separadamente. Segundo a nota da autora, muito do que o público "sabe" sobre Cleópatra são injúrias espalhadas por seus inimigos. Depois da vitória de Otávio, a versão da rainha foi suprimida, apagada. Mas, a partir de fontes indiretas, Margaret George conseguiu montar um retrato o mais próximo do real do que aconteceu. Por exemplo, o historiador Plutarco utiliza em seus escritos as memórias do médico de Cleópatra, Olímpio, para reconstituir os últimos dias e a morte da rainha.
Foram precisos quatro anos de pesquisas em documentos e escritos antigos, também viagens ao Egito, para remontar a história de Cleópatra. Para preencher lacunas, a autora lançou mão da ficção. Mas, segundo ela, é importante saber o que é real e o que não é. "Muitas das coisas que escrevi aqui poderiam passar por invenções dramáticas, mas são, na verdade, bem documentadas", diz. Mas, segundo ela, tanto quanto Júlio César, Marco Antônio e Otávio, a rainha Cleópatra é um desses personagens que pertencem tanto à história quanto à lenda.


Fundação da Nova Tróia
Nascido em Mântua, norte da Península Itálica, em 70 a.C., Virgílio produziu três grandes obras poéticas: As Bucólicas, As Geórgicas e A Eneida. Sua época é a do início do Império, isto é, momento em que a República romana sucumbe como conseqüência das guerras civis e da ditadura de Júlio César. Otávio Augusto assume a função de príncipe e, a partir daí, se estabelece uma sucessão, em certa medida, hereditária que só irá se extinguir com a queda do Império do ocidente, quinhentos anos mais tarde (em 476 da nossa era).
Virgílio, como escritor, está associado à imagem de Augusto, cujo lugar-tenente, Mecenas, aplica-se na constituição de um círculo cultural que serve ao poder, produzindo propaganda para o novo líder. Nesse mesmo grupo, surgem poetas como Propércio e Horácio.
A Eneida, a despeito do fato de ser uma poesia encomendada com a finalidade de exaltar o poder de Augusto, inaugura a possibilidade de constituição da épica, tendo como meio a escrita e, ainda, tendo por trás de si uma tradição literária.
Constituída por 12 cantos, a épica virgiliana trata da fundação de Roma e tem como personagem principal Enéias, guerreiro troiano que foi incumbido pelos deuses de fundar a nova Tróia: Roma. Em sua saga, Enéias percorre um longo caminho até a chegada à região do Lácio, percurso que, do ponto de vista da estrutura do poema, dura exatamente os seis primeiros cantos. E, assim, ao chegar ao local que lhe fora determinado, age, seguindo sua sina, empreendendo guerras de conquista: afinal, é um herói e, como tal, está predestinado a combater.E essa ação heróica percorre os seis cantos finais da epopéia.
O desenrolar do enredo segue a proposição do poema, pois, diz Virgílio logo no primeiro verso: “Arma uirumque cano” (“As armas e o homem canto”), e isto significa que o poema tratará, de um lado, das desventuras de Enéias (homem) e, de outro, das campanhas bélicas empreendidas por ele (armas).

Rubicão
O Triunfo e a Tragédia da República Romana
Edição/reimpressão: 2008
Páginas: 400
Editor: Aletheia
ISBN: 9789896220778

Sinopse

A República Romana foi o mais notável Estado da história. O que começou como uma pequena comunidade de camponeses acabou a governar o mundo então conhecido. Rubicão traça um retrato vívido da República no clímax da sua grandeza – a mesma que levaria à catástrofe da sua queda. Este foi o século de Júlio César, o jogador cujo vício pela glória o conduziu às margens do rio Rubicão, e para lá delas; de Cícero, cuja defesa pela liberdade fará dele o símbolo da eloquência; de Espartacos, o escravo que ousou desafiar a superpotência, tal como a rainha Cleópatra. Tom Holland dá vida a esta estranha e desconcertante civilização, com os seus extremos de ambição e auto sacrifício, derramamento de sangue e desejo. A verdade é que a República continua a ser um espelho para a civilização ocidental, dois mil anos passaram mas continuamos a ser os seus herdeiros.

Rio Rubicão
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Rubicão (Rubico, em latim; Rubicone, em italiano) é o antigo nome latino de um riacho no norte da Península Itálica. Na época romana, corria para o Mar Adriático entre Ariminum (atual Rimini) e Cesena. A identidade moderna do rio é discutida, mas alguns o identificam com o rio Pisciatello, na Província de Forlì-Cesena.
O rio ficou conhecido pelo fato de que o direito romano no período da República proibia qualquer general romano de atravessá-lo acompanhado de suas tropas, retornando de campanhas ao norte de Roma.
Tal medida visava a impedir que os generais manobrassem grandes contigentes de tropas no núcleo do Império Romano, evitando riscos à estabilidade do poder central. O curso d´água marcava então a divisa entre a província da Gália Cisalpina e o território da cidade de Roma (posteriormente, a província da Itália).
Quando Júlio César atravessou o Rubicão, em 49 a.C., presumivelmente em 10 de janeiro do calendário romano, em perseguição a Pompeu, violou a lei e tornou inevitável o conflito armado. Segundo Suetônio, César teria então proferido a famosa frase Alea iacta est ("a sorte está lançada"). O mesmo autor também descreve como César parecia indeciso ao se aproximar do rio e atribui a decisão de atravessar a uma aparição sobrenatural.
A frase "atravessar o Rubicão" passou a ser usada para referir-se a qualquer pessoa que tome uma decisão arriscada de maneira irrevogável, sem volta.
O escritor brasileiro Machado de Assis (1839-1908) cita a expressão em seu romance Helena, quando o personagem Estácio decide pedir a noiva Eugenia em casamento:
Transposto o Rubicon, não havia mais que caminhar direito à cidade eterna do matrimônio.

 Estácio, Helena.
As bases socioeconômicas da queda da República Romana e da instauração do Império:
A CRISE AGRÁRIA E AS TENTATIVAS DE REFORMA
No século II a.C. os pequenos proprietários rurais e os camponeses pobres atravessavam um período muito difícil. A concorrência do trigo provincial, o crescimento dos latifúndios e o emprego em larga escala do trabalho escravo, constituem as causas da situação miserável dos pequenos proprietários. Alguns representantes da aristocracia compreenderam que os movimentos camponeses e as sublevações de escravos punham em perigo a própria sobrevivência do Estado Romano. Era urgente uma solução. Entre os reformadores romanos, sobressaíram os irmãos Tibério e Caio Graco.
A Reforma de Tibério Graco: Eleito tribuno da plebe, apresentou seu projeto de Reforma Agrária: nenhum cidadão poderia ter mais de 500 jeiras de terras públicas (correspondem a 123 hectares); se o concessionário de terra tivesse dois filhos, esse total teria que ser duplicado. As terras assim excedentes deveriam ser repartidas em lotes e distribuídas aos cidadãos pobres, mediante arrendamento e uma taxa especial ao Estado. O objetivo desta reforma era reabilitar o pequeno proprietário, base do recrutamento militar, e, assim, fortificar o Estado Romano. Plutarco fez no plenário o seguinte comentário sobre a proposta de Tibério. ―Tibério Graco, o tribuno adepto da Lex Agraria, denunciou o empobrecimento dos pequenos camponeses. Os homens que combatem e morrem pela Itália têm o ar e a luz, mas mais nada [...] Lutam e perecem para sustentar a riqueza e o luxo de outros, mas, embora sejam chamados os senhores do mundo, não têm um único torrão de terra que seja seu.
A Assembléia Popular aprovou a lei agrária. Entretanto, a maioria reacionária do Senado, representando os interesses dos latifundiários, fez forte oposição e tentou impedir, de todas as maneiras possíveis, a demarcação e a redistribuição das terras públicas. O próprio Tibério terminou sendo assassinato.
OBS:Se houvesse tido êxito, Tibério teria desempenhado em Roma um papel equivalente ao do tirano Psistrato em Atenas. Mas a situação em Roma era outra. Os pequenos proprietários, arrancados de suas terras para servir ao exército, estavam ausentes, e os que residiam em suas terras encontravam-se dispersos. A plebe romana, que teoricamente era o contingente a ser beneficiado pela reforma agrária, já não manifestava interesse pela volta ao campo e ao trabalho, ociosa e corrompida que estava por sua transformação em clientela das grandes famílias. Na verdade o projeto de Tibério era impraticável numa sociedade que havia assumido plenamente a feição escravista.
A Reforma de Caio Graco: Como Tibério, seu irmão Caio, elegeu-se Tribuno da Plebe. Fundou várias colônias agrícolas na Itália e nas províncias e mandou aprovar a Lei Frumentária, mediante a qual o Estado era obrigado a vender trigo à população urbana por preço inferior ao de mercado. A oposição senatorial foi, mais uma vez violenta. Caio foi obrigado a se suicidar.
OBS: Os irmãos Graco foram para os romanos a derradeira chance de encaminharem sua sociedade para a democracia. Mas as bases sociais para o êxito dessas reformas – aquelas forças que na Grécia, se opuseram com sucesso ao egoísmo aristocrático – estavam totalmente corroídas. Em Roma a aliança entre plebeus ricos e plebeus pobres era impossível. Temendo a massa popular miserável e corrompida pelo clientelismo, os plebeus ricos aliaram-se à nobreza fortalecendo a posição desta última. O fracasso dos irmãos Graco selou o destino da república romana.
A CRISE DA REPÚBLICA
Após a morte dos Graco, houve em Roma a polarização política seguida da radicalização nas lutas governamentais, e a República Romana entrou em crise. De um lado estavam os aristocratas, preocupados com a manutenção da ordem existente; de outro, os populares ansiosos por reformas. Destacam-se nesse período o general Mário, defensor da plebe e Silas defensor dos conservadores. Mário, conseguiu transformar o exército, cujos postos eram privilégio dos cidadãos, em um exército popular, composto por assalariados. Os soldados passaram a receber um soldo (salário), participação dos espólios e, ao cabo de 25 anos de carreira, direito a um pedaço de terra. Com a morte de Mário, Silas estabeleceu uma ditadura militar e perseguiu violentamente os antigos seguidores de seu antecessor. Em 60 a.C., o senado acabou elegendo três fortes políticos ao Consulado: Júlio César, Pompeu e Crasso que governaram juntos no chamado Primeiro Triunvirato dividindo entre si os domínios romanos. Crasso morreu combatendo na Pérsia e Pompeu eleito cônsul único destituindo César do comando militar da Gália (França). César ganhou a briga, mas em 44 a.C. foi assassinado a punhaladas no senado. Marco Antônio, Otávio e Lépido formaram o Segundo Triunvirato. A vitória de Otávio sobre Marco Antônio representou a passagem da República para o Império Romano.
O IMPÉRIO
Otávio Augusto, o fundador do Império Romano, estabeleceu em Roma a forma de Governo chamado de Principado, por ter recebido do senado o título de Príncipe, primeiro entre os iguais. Augusto concentrou em suas mãos todos os poderes, evitando, porém o título de rei ou de ditador. Possuía as prerrogativas de cônsul, de comandante do exército, de tribuno e de prefeito dos costumes. Dividiu as províncias em senatoriais e imperiais; reorganizou a economia do império, incentivando a produção e protegendo as rotas comerciais, estabeleceu o serviço imperial de correios, embelezou a capital, construindo termas, aquedutos, mercados teatros e pontes, incentivou o desenvolvimento cultural (Roma caput mundi); tentou revigorar as crenças religiosas tradicionais e purificar os costumes, restabeleceu o poder nas fronteiras, dando às gerações futuras um período de paz chamado de Paz Romana.

O trecho acima foi extraído do PDF referenciado abaixo, onde temos um resumo (35 páginas) do funcionamento das Sociedades da Grécia e Roma.
Vale a pena conhecer pois é a Matriz (ou Matrix? Rs rs rs) da Sociedade Ocidental. É interessante como podemos reconhecer muitos problemas da atualidade no pequeno trecho acima, de uma Itália de mais de 2000 anos atrás !!!!
Alguns “links históricos”:
·         O Reich de Mil Anos, de Hitler, era inspirado na Paz Romana.
·         Este mesmo ideal, chamada de Pax Americana, move os conservadores norte americanos (Republicanos e Fundamentalistas Cristãos que estão por trás dos governos Bush pai e filho, Fox News e articulações para o desgaste de Obama, visando uma futura retomada do poder, nos EUA)
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Atenciosamente.
Claudio Estevam Próspero 
http://mitologiasdegaia.blogspot.com/ (Blog: Mitologias de Gaia)
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Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade e compromisso com o MEIO AMBIENTE.

Nossa Espécie (Homo Sapiens Sapiens Demens - Edgar Morin) Agradece!

CATASTROFES NADA NATURAIS: estamos na estação de "colheita" das imprevidências dos Governos e Sociedade (Exemplo: Incorporadores / Loteadores, Ocupantes de áreas de risco)

    A dor das perdas humanas é irreparável e o custo, para a Sociedade, destas ações e omissões, é muito maior que os eventuais benefícios econômicos e políticos obtidos, no curto prazo, por alguns agentes governamentais e privados.

     A NÂO APLICAÇÂO dos Princípios da Governança e Precaução provocando tragédias humanas (mortes, feridos e desabrigados) e econômicas:


Estado vai ajudar vítimas das 
chuvas em Petrópolis | Jornal Diário ...

1 hora atrás - Postado em06 janeiro 2011. Estado vai ajudar vítimas das chuvas em Petrópolis ... vistorias em diversos pontos da cidade para verificar os danos causados pelaschuvas. ... Horário de verão exige readaptação de hábitos de alimentação, ...diariodepetropolis.com.br/2011/.../estado-vai-ajudar-vitimas-chuvas-petropolis/


Chuva
 alaga casas e abre crateras em ruas de Fortaleza

16 horas atrás - O último balanço realizado pela Defesa Civil do município aponta apenas ...noticias.r7.com/.../chuva-alaga-casas-e-abre-crateras-nas-ruas-de-fortaleza-20110105.html

 


TV MORENA - Vídeos

12 horas atrás - Em pleno verão, as chuvas aumentam a preocupação com a dengue. ...5/1/2011 | 6m48s Play. Verba para reparar danos em TL ainda não chegou ...rmtonline.globo.com/videos.asp?em=3

 


Chuvas
 causam danos e mortes em MG

Chuvas causam danos e mortes em MG ... Todos os direitos reservados - 2009 ...noticias.r7.com/.../chuvas...danos.../99b50c6f6cbbf16ec9859019a1a9b239.html 


Minas Gerais: 51 municípios declaram estado de emergência 
...

15 horas atrás - Além de afetar quase 4200 casas, a chuva também causou danos a 292 pontes sendo ... Esse post foi publicado de quarta-feira, 5 de janeiro de 2011 às 9:15, ...www.climatempo.com.br/.../2011/.../minas-gerais-51-municipios-declaram-estado-de-emergencia/ 

Chuva destrói infraestrutura rural. Só em Cachoeiro provocou prejuízo de R$ 8 milhões

A destruição avançou em 33 cidades. Há registros de queda de barreiras e de crateras em mais de 600 quilômetros de estradas vicinais

03/01/2011 - 21h20 - Atualizado em 03/01/2011 - 21h20
Paulo Rogério - Rádio CBN Vitória (93,5 FM)


Bem vindo ao YouSol - Tragédias podem ser evitadas

17 horas atrás - No Brasil, a cada ano, as chuvas de verão no Sul e Sudeste, ... De olho nas mudanças climáticas, especialistas alertam para os danos que esses fatores podem ... e sociais de mudanças climáticas no litoral de São Paulo" continua em 2011. ...www.yousol.com/j/index.php?option=com_content&task=view


Enchente não mata. Por Sérgio Abranches do Ecopolítica
05.07.2010



Enchente não mata. Não existem rios assassinos. O que mata é a imprevidência, a irresponsabilidade, a omissão. Tragédia é sempre humana, decorre da ação humana, nunca é natural.

O número de pessoas atingidas por enchentes e alagamentos no país praticamente triplicou nos últimos três anos. Entre 2007 e 2009, os municípios afetados aumentaram de 176 para 620. O número de vítimas cresceu de 1.309.914 para 3.035.215. E vai aumentar, já que os atingidos pelas enchentes de 2010 — Rio (Angra e Niterói), Alagoas e Pernambuco — ainda não foram contabilizados nas estatísticas. É o que nos diz reportagem de Geralda Doca e Henrique Gomes Batista publicada para o Globo do dia 26 de junho, anteontem.

Os dados são da Secretaria Nacional de Defesa Civil e foram obtidos no Portal do Planejamento. Mas o Portal foi tirado do ar há uma semana, porque continha informações reveladoras e críticas a programas de governo.

No caso do relatório da Defesa Civil, a secretária disse aos repórteres de O Globo que o  relatório estava sendo mal interpretado e, por isso, foi retirado do ar.

Não há como interpretar mal informações como essa de que o número de vítimas de enchentes triplicou. Que o gasto com reparações e perdas é maior que o investimento em preparação, equipamento, prevenção e correção dos erros gritantes de ocupação do solo. Não como deixar de ver que tudo isso é falha institucional e governamental grave. Nesse caso das enchentes, não há dúvida de que a Secretaria e as defesas civis estaduais e municipais não agiram preventivamente, nem estavam preparadas para atender a uma emergência das proporções que as enchentes atingiram. A Defesa Civl é despreparada, insuficiente, não tem equipamentos adequados, não atua nem na prevenção, nem no alerta. Emergências dessa magnitude estão, como os próprios dados indicam, aumentando sua frequência. Os eventos climáticos mais intensos e mesmo extremos vão aumentar. Isso já está dado. É a mudança climática em curso.

Mas no Brasil a administração pública prefere quase sempre o pior dos caminhos: subtrair informações, censurar, eliminar a transparência, em lugar de reconhecer os erros, discutir os fracassos e investir para corrigir as atitudes erradas. O Portal do Planejamento era um raro exemplo de transparência, de informação que permitia discussão mais aberta das falhas e dos acertos governamentais. O melhor caminho para corrigir o errado e incentivar o certo. Foi aplaudido e fortalecido? Não foi censurado.

Eu passei por uma cidade do interior de Minas, semana passada, que sofreu uma enchente brutal anos atrás. A cidade sempre conviveu com o transbordamento do rio, a violência das águas e grandes enchentes. Caminhei à pé por uma ponte na qual morreram muitas pessoas, inclusive crianças. Uma tragédia que a cidade não esquece e da qual ainda tem as marcas. 

No caminho do curso natural do rio vi um prédio. Se ele não cair na próxima enchente, servirá de barragem para as águas, vai aumentar a área afetada e, provavelmente, o número de vítimas.

A reportagem do Globo conta que, quando voltou a chover forte, em São José da Laje (AL), era início da tarde, carros de som pediam que a população saísse das casas às margens do rio. A Prefeitura e moradores decidiram evacuar as casas em áreas mais baixas, por precaução e pelo trauma causado pelo que viveram no passado. Em 1969, lá houve a pior enchente da história. Foram 2.713 mortos para uma população de 10 mil pessoas. Agora, não houve mortos, em parte por causa da ação preventiva. Ajudou muito, também, que a enchente tenha sido de dia.

O que mata não são as águas transbordadas dos rios. O que mata é a ocupação irregular de suas margens e até do seu leito. O assoreamento, que reduz a calha natural, o lixo, a falta de drenagem, a falta de prevenção. O que mata é o despreparo, a pobreza, a ocupação irregular das margens e das encostas, a falta de planejamento urbano, a omissão das autoridades públicas. Enfim, a tragédia nasce das más políticas de governo, em todas as esferas, municipal, estadual e federal. As águas passam e rolam. As ações humanas e políticas, é que matam.

30/06/2010 – 10h06- envo
lverde
(Envolverde/Ecopolítica)
As boas práticas de governança corporativa convertem princípios em recomendações ...Esse é o atual conceito de governança, amplamente divulgado pelo IBGC, ...www.ibgc.org.br/Secao.aspx?CodSecao=17

“Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor  da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua longevidade.”

Esse é o atual conceito de governança, amplamente divulgado pelo IBGC, após revisão no seguinte texto elaborado na sua fundação, em 1995:
"Governança corporativa é o sistema que assegura aos sócios-proprietários o governo estratégico da empresa e a efetiva monitoração da diretoria executiva. A relação entre propriedade e gestão se dá através do conselho de administração, a auditoria independente e o conselho fiscal, instrumentos fundamentais para o exercício do controle. A boa governança corporativa garante eqüidade aos sócios, transparência e responsabilidade pelos resultados (accountability)."

O que é PRINCÍPIO DE PRECAUÇÃO ?  (Fundação Gaia)


Uma definição ampla de PRINCÍPIO DE PRECAUÇÃO foi formulada em uma reunião realizada em janeiro de 1998 em Wingspread, sede da Joyhnson Foundation, em Racine, estado de Wisconsin, com a participação de cientistas, advogados, legisladores e ambientalistas. A Declaração de Wingspread sobre o PRINCÍPIO DE PRECAUÇÃO apresentada na íntegra no fim do presente informativo, resume o princípio da seguinte forma:

"Quando uma atividade representa ameaças de danos ao meio-ambiente ou à saúde humana, medidas de precaução devem ser tomadas, mesmo se algumas relações de causa e efeito não forem plenamente estabelecidas cientificamente."

Dentre os principais elementos do Princípio figuram: a precaução diante de incertezas científicas; a exploração de alternativas a ações potencialmente prejudiciais; a transferência do "ônus da prova" aos proponentes de uma atividade e não às vítimas ou vítimas em potencial daquela atividade; e o uso de processos democráticos na adesão e observação do Princípio -- inclusive o direito público ao consentimento informado.

"Precaução" tem algum significado especial?

A mesma idéia de bom senso implícita em muitos ditados, tais como "Melhor prevenir do que remediar".

E "incerteza científica"? Por que devemos agir antes que a ciência nos diga o que é nocivo e o que pode ser prejudicial?

Às vezes, se esperarmos por comprovações, é tarde demais. Os padrões científicos para a demonstração de causa e efeito são muito elevados. Por exemplo, já havia a forte suspeita de que fumar provocava câncer do pulmão muito antes desta associação ter sido estabelecida de forma conclusiva, i.e., ter atendido aos padrões científicos de causa e efeito. Àquela altura, muitos fumantes já haviam morrido de câncer do pulmão. Mas muitos outros já haviam deixado de fumar, devido às crescentes evidências de que o fumo tinha ligação com o câncer de pulmão. Essas pessoas estavam exercendo judiciosamente a precaução, apesar de um certo grau de incerteza científica.

Com frequência, um problema -- como uma casuística de câncer ou o aquecimento global -- é por demais amplo, tem causas por demais diversas ou efeitos que só surgem muito a longo prazo para ser explicitado através de experiências científicas que provariam suas causas e efeitos. É difícil levar tais problemas ao laboratório. Assim, temos que contar com observações, estudos de casos e previsões feitas com base no conhecimento atual.

De acordo com o PRINCÍPIO DE PRECAUÇÃO quando evidências científicas razoáveis de qualquer tipo nos dão boas razões para acreditarmos que uma atividade, tecnologia ou substância possam ser nocivas, devemos agir no sentido de prevenir o mal. Se esperarmos sempre pela certeza científica, haverá gente sofrendo e morrendo, e os danos ao mundo natural podem ser irreversíveis.

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